Ainda é necessário lavar teus pés com minhas lágrimas?
Ainda desejas reverências e imperas com medo?
O terror que senti já se esvaiu,
E minhas forças se foram junto dele.
Eu vi um céu brilhar e tilintar,
Estrelas caírem e queimarem as esperanças que plantei.
Todo sacrifício era pouco,
Toda modéstia era falsa.
Envenenei as águas e o vinho e os bebi,
Comi a massa feita pelo diabo,
E corri descalça por agulhas.
O fantasma ainda me acompanha,
Já não me assusta, é só uma sombra.
Mais uma sombra.
Mais um gole, um trago e uma linha reta.
Será que os anjos cantam?
Ou ouço as minhas próprias vozes bendizendo o vazio?
Ao deitar, vi fogos coloridos e fui tomada por êxtase.
Adeus.
Amanhã,
tu,
me banharás de lágrimas.
Eu,
estarei em casa...
Finalmente.
T.Alves








