segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Canto a Dor

Nem sempre o cheiro das rosas é tão doce
as vezes tem um amargo sabor: o da dor.
Profundo, penetrante, inesquecível...
Quisera eu, ser tão insignificante,
ser quem sabe imune a ela, ou poder apenas guardá-la

Apenas para mim.

Meu âmago amargurado anseia
demasiadamente pelo mais puro dos sentimentos
mesmo que ele seja a Morte
dos mais doridos e ímpios amores
dantes não esquecidos, sempre guardados
no mais mórbido e solitário dos mundos:
meu próprio coração.

Canto a Morte

Ei eu de viver por um tanto
posto que não sou eterno
mas levarei para meu túmulo
os sentimentos mais que ternos.

Deitarei-me sob uma cama fria
sem voz, sem vida, nem pensamento
em meu rosto não estará o pranto;
nem o contentamento.

Deixarei a vida.
Tuas cores não as verei mais
Teus perfumes não sentirei mais
E nem mesmo cantarei à bela Primavera.

As flores, os odores, a alegria
tudo ficará para trás.
Mas o amor um dia vivido
Morrerá comigo pela eternidade.