segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Súplica


Peço ao Pai misericórdia
pois já não suporto a dor de meu peito
nem mesmo as esperanças e sonhos que me corroem por dentro
perdoe-me se molhei o papel desta carta, mas já não controlo meu pranto amargo
(talvez seja o grito a liberdade de minh'alma).
Sinto o toque delicado da Lua em minha pele nua
como se me dissesse algo que não compreendo.

Pai, até quando permitirás?

Hoje meus olhos apenas enxergam o cinza destas paredes de meu quarto vazio.
Será que perdi a lucidez?
Acredito que eu nunca a conhecera...
O que me resta afinal? Apenas memórias
de sua voz melodiosa junto a minha na escuridão
(estão ecoando em minha mente agora...).

Há vozes em meus ouvidos.

Talvez eu adormeça escrevendo estas tortas linhas
 já que só encontro a calma e a cura (temporária)
adormecida sobre as páginas de minhas escrituras,
meu silêncio em palavras.

Oh Pai, rogo-lhe, liberta-me
pois já não sei no que me tornei.
Devolva-me a paz, ou ao menos assopre em mim um pouco de alento,
pois estas correntes têm me prendido há tempos.

Por favor, escute minha súplica...

Autor: Anjo Negro


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Éden


Inocente e virgem Eva do Éden, não morda a maçã, morda-me!
Sois assim tão tentadora?
Depende meu senhor, quem és tu?
Parte dos sonhos teus, parte das vontades tuas. Mas és tu a tentar-me... Quem és?
Desejo de tua carne, paixão de tua alma, sou o que queres que eu seja. O que desejas de mim meu senhor?
Sondas minha alma, chama-me de senhor mas és tu quem governa-me. Não há palavras para definir isso... Hoje sei que sois sim a mais tentadora de todos os desejos.
Como posso eu governar homem algum? Diga-me o que fiz eu para obter tal privilégio?
Creio que como Ícaro ainda não compreendi que não se pode voar perto do sol... Fecho meus olhos lembrando-me de como tudo aconteceu...
Pois não compreendo eu como pude ir tão longe. Me tens em tuas mãos, a ti entrego meu coração.
Seria esse o Paraíso? Ou serei expulso do Paraíso por isso? Talvez meu primeiro pecado seja não ter coragem de pegar aquilo que anseio.
Engana-se meu senhor,  quem sabe seja eu teu pecado?
Toma-me em teus braços e descobriremos nós o Paraíso!
Morda a maçã...


Autores: Anjo Negro e Willian Junior


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Paraíso aos Amantes


Seu beijo é doce como mel das rosas
sob o alvorecer da madrugada és divino homem
com todo o mel despejado de seus belos lábios...
Sou um mero mortal a admirar-te
a perder-me em teus olhos e sonhar com teus sorrisos,
como é triste perecer em minha própria mortalidade.
Pereceremos juntos, nos fundiremos ao tempo, 
para que cada estrela seja o reflexo do teu olhar
e cada amanhecer o esplendor da tua alma.
E que tal amanhecer seja teus sorrisos, 
mas que a forte madrugada seja nosso refúgio...
Que o tempo jamais seja capaz de nos tocar
pois nada será tão belo quanto a noite
nem tão puro quanto o amor do espírito.
E quando julgarem as eras olharam para o céu
e nos irão ver, mas não nos incomodarão,
pois não haverá paraíso melhor do que 
aquele que construímos para nós.

Autores: Anjo Negro e Willian Junior


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Devaneio à madrugada


A noite está linda! 
Diga-me Anjo Negro, que pensas ao ver tal grandiosidade?
Vejo que os céus não vêem limites para tanta formosura,
a escuridão da noite é bela,
 para os olhos de quem verdadeiramente a vê e a sente.
Poucos olhos ainda são capazes de ver, menos ainda de admirar.
Contemple com os olhos de quem viu o que poucos viram,
 e se admire com o que poucos se admiraram.
Talvez aí esteja a liberdade que tantos procuraram e anseiam,
 em parar o tempo e observar as belezas da escuridão.
Vamos parar o tempo,Anjo? E que o tempo seja eterno...

Autores: Anjo Negro e Willian Junior


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014


Beijar-te-ei amado meu
durante a madrugada escura,
cantarei aos teus ouvidos versos
afim de que se queime a pele;
abra seus olhos, sinta-me, estou aqui
entregue aos anseios teus 
em ébrio de doce desejo.
O amor é fugaz baby,
e a paixão é escaldante,
veja como é fácil perder-se
abaixo dos olhares da Lua.
Teu hálito  é fresco,
teu corpo em regalo dum 
crescente gozo...
A tempestade se acalma
ao fim da madrugada fria
onde o adormecer é findo.

Autor: Anjo Negro