sexta-feira, 22 de julho de 2016

Seja como for.
As asas do pássaro que canta; por frio, fome ou dor.
Seja como for.
As patas do pássaro que engaiolado; já não toca mais o chão.
Seja como for.
Às penas gastas do pássaro velho que olhou para o céu; sem esperança de voar.
Seja como for; o pássaro.
Seja como for o passado.
Pássaros são sempre pássaros.
O que muda são os olhos...
Os olhos que vêem...
As grades que te prendem ou o céu a sua frente.
Mas pássaros sempre serão pássaros.

William Junior


domingo, 19 de junho de 2016



Brinquemos amado, de ciranda, inocentes como crianças, floreemos os passos e cantemos alegres, pois no caminho encontrei a ti.

Vivamos o sonho jovem de amar. 
Amar até que apenas nos reste brasa e então que da brasa se faça fogo novamente.
Amemo-nos na chuva, em baixo dos cabelos da aurora, cobertos pelas flores do campo.

À noite quando vieres, se já adormecida estiver eu, deita-te comigo, aninha-te em mim e despertarei eu num sonho melhor.

Autor: T. Alves


sábado, 2 de abril de 2016


Eu sou o beija-flor da rosa branca
Eu sou a menina dos olhos do meu amado
Quando eu tive sede, me saciastes
Quando eu tive fome, me enchi do teu amor.
Quando eu fiquei cega, fostes meu guia.

Perdoa-me menino por ser tola
Perdoa-me por ser torta
Eu ainda não aprendi a ser flor
Ou por medo de murchar, não desabrochei.

Eu sou a borboleta do cravo doce
Eu sou a bela do meu amado.

Espero-te após a tempestade.

T. Alves

quinta-feira, 31 de março de 2016

Somente à Ela


Que se misture às gotas frias e também às minhas - quentes - e se vá.
Aquilo que aperta o peito e me sufoca alma.

Meu amor se foi...

Meu amor se foi
A aurora dos meus sonhos.
Não mais tornarei a vê-la,
Nem teu perfume rosado sentirei,
Ou teu amor provarei.
De ti me sobram as lembranças, a saudade e o amor.

Meu amor se foi, ao fim da aurora.

          T. Alves


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016



Na noite passada eu não vi estrelas,
Eu não vi a Lua em seu esplendor nem quando partiu para seu repouso,
Eu não ouvi o piado da coruja, nem o canto do vento.
                                                                   
Noite passada eu não o vi.
Não senti o teu cheiro, nem senti teus afagos.
Não vi teus olhos de avelãs, nem teu sorriso.

Então amanheceu...

Eu vi a aurora e a revoada dos pássaros,
Eu vi o céu multicor lentamente se firmar em anil,
Eu senti o cheiro da terra molhada de orvalho e do pão quente.

Então fechei meus olhos e caminhei,
Mais um dia...


T. Alves



quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Fructus


Se não fosse a vida um mar de acasos, onde estaríamos amado?
Num dia qualquer eu vi a luz nos teus olhos e provei do teu amor.
Me disse um sábio certa vez, “em um beijo se troca partes da alma”.
 Então me preenchi de ti e no frenesi dos corpos fomos ao firmamento.
Agora amado, tu estás em mim e eu em ti, e o fruto do acaso será uma nova luz.


Autor: Anjo Negro