Hoje cedo não vi as cores,
O raiar do dia era insosso e os sons pareciam abafados.
Tudo era cinza e frio, se por realidade ou eu que perdi a cor dos olhos,
A nitidez dos traços era fosca, também lhe faltava algo.
As horas voam, ao passo que o tempo permanece parado.
O Tempo, parece brincar com a vida,
As vezes ele dança, as vezes a ignora, as vezes apenas a acompanha.
Que queres?
Me cansei dos dias mornos, frios à pele de quem desfalece a cada passo.
Me cansei do calor das lágrimas que escondo e reprimo.
Me cansei da vida, repetida, rotineira, o círculo infinito.
E agora?
Hoje cedo, procurei os pássaros livres da manhã,
Procurei a luz do amanhecer,
Procurei sons,
Procurei porquês,
Procurei a mim.
T. Alves