terça-feira, 19 de novembro de 2019


Hoje cedo não vi as cores,
O raiar do dia era insosso e os sons pareciam abafados.
Tudo era cinza e frio, se por realidade ou eu que perdi a cor dos olhos,
A nitidez dos traços era fosca, também lhe faltava algo.
As horas voam, ao passo que o tempo permanece parado.

O Tempo, parece brincar com a vida, 
As vezes ele dança, as vezes a ignora, as vezes apenas a acompanha. 

Que queres? 

Me cansei dos dias mornos, frios à pele de quem desfalece a cada passo.
Me cansei do calor das lágrimas que escondo e reprimo.
Me cansei da vida, repetida, rotineira, o círculo infinito.

E agora?

Hoje cedo, procurei os pássaros livres da manhã,
Procurei a luz do amanhecer,
Procurei sons,
Procurei porquês,
Procurei a mim. 

T. Alves

sábado, 13 de abril de 2019

Pranto

Não sei que palavras dizer para definir
Ou que canto tocar para compreender
Vi no inverno um lago gelado, ainda assim, mergulhei
Desejei que o frio me tomasse. 
Se o calor esvaisse  de todo, nem medo me restaria
 Minhas lagrimas fariam parte da água gélida
Nem mesmo dor alguma sobraria,
 já que me roubaram tudo 
(Ou talvez eu  as tenha perdido).
Já não importa se o que sobra é vazio ou escuridão.

T. Alves

domingo, 31 de março de 2019

Vozes na Noite


Meu vazio cresce exasperado, pergunto até onde vais?
Tenho tido dias longos e noites turbulentas
Nem em meus sonhos encontro alento.
Hoje vi o alvorecer e ainda assim não tive esperança.

Não é teu corpo que desejo, mas tua alma que conhecia a minha
Teu toque furtivo que me trazia o bem,
Teu afago que me acalmava.

Eu não tinha lágrimas, nem me lembrava do quão só existia
Nem mesmo do abismo em mim, que me traga.

Será que fui enganada pelos belos contos?
A vida é efêmera e dolorosa.

Me cantaram sobre sonhos divinos, eu, simples mortal o quis.
Quis tê-los, vivencia-los, perder-me.

Agora amarga, me ensopo em lágrimas por minha tolice.
Homens não são dignos de deleitarem sonhos.

T. Alves 

domingo, 17 de fevereiro de 2019

À mim


Enquanto eu dançar pelos mares
Ouvindo ventos uivantes e choros estridentes
Na madrugada, de corpo limpo e alma sórdida,
Os olhos vidrados no vazio de mim mesma.
Por onde andaria a parte que falta?
Se falta ou se perdeu na confusão dos dias,
Da minha mente turbulenta.
Mil cores remetem à aromas, das minhas memorias confusas.
Quando é presente se o passado bate à porta do amanhã?
Onde estarei no fim?
Inexistência é um alento!
Pensando nisso, um sorriso me volta ao rosto.
Te aguardo nos portões da morte, rodeada de flores e desejo.

T. Alves