Pois veja, Maestro, até onde viemos!
O quanto andamos, não é?
Ora unidos, ora sós.
Muitas vezes perdidos - em nós.
Nós dados, (por vezes, nós cegos)
Prendendo-nos, um ao outro,
Até cortamos os laços, e darmo-nos as mãos.
Com a benção dos reis fomos coroados.
O frio e o calor nos temperou à forja.
Vimos noites escuras e tempestuosas,
Passamos dias abafados e mudos.
Com a escuridão das vistas e a surdez nas palavras,
Contemplamos o sopro fresco oloroso,
Banhamos-nos às lágrimas da rainha,
Fitamos o bailar das folhas ao vento,
Desejamos a luxuria do tempo.
Ah, Maestro!
Se pequei ao amar-te que se dane a pena.
Sou a musa de várias faces, mas apenas um coração.
És teu para que guardes,
És teu para que comas.
Toques para mim, bailarei para ti.
T. Alves.