segunda-feira, 28 de abril de 2014


Quem sou eu, pobre mortal para resistir aos encantos de uma Ninfa?

Quem sou eu, pobre mulher para resistir às liras de um poeta?

Ninfa,senhora dos sonhos meus... de nada seriam os poetas sem inspiração e essa, senhora minha, provém de ti.

Morfeu senhor dos sonhos, me honra ser a inspiração tua. És a canção aos meus ouvidos que me adormece todas as noites...

Queria ser eu a velar teu sono... lhe aconchegar em meus braços a noite e simplesmente sentir teu calor junto ao meu.

Quisera eu deitar em teu leito, aquecer-me no calor de teus beijos, renascer contigo a cada raiar do sol.

Vivemos tempos onde podemos nos dar ao luxo de acreditar que os sonhos são possíveis. De que nem todo desejo é vil... de que o tempo está a favor de nós.

Sim, são novos os tempos... Talvez seja meu o pecado de desejar-te, que seja então, pois de todos os sonhos este é o mais doce.

Dividimos da mesma fruta e do sumo que escorre de teus lábios também escorre dos meus. E se for este o meu pecado que seja o único, pois pecado maior é não estar junto a ti.

Doce fruta, teu doce olhar, não sei o que mais me enfeitiçou... Beije-me Morfeu antes que se findam as eras e eu não lhe veja mais...


Autores: Anjo Negro e William Junior


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Amor Animi


...Desejo que sintas meu beijo quando fechares os olhos nas noites escuras.
Desejo que sintas meu calor, repousado em tua cama nos dias frios...


Teu rosto calmo ao descansar em meus braços, que jamais se esqueça do calor de nossos beijos ao acordares. Cada palavra, cada gesto, cada toque, cada olhar... as palavras não ditas. Vejo os teus olhos ao fechar os meus.

Me digas homem, que fizestes a mim para que caístes a ti de amores? Que fizestes Morfeu? Feitiço ou mera obra do acaso?

Admito que agi em função do acaso, mas sozinho o universo conspira em função do amor. Na primeira vez que te vi não sabia o quão  importante tu serias para mim. E as primeiras palavras, estas foram ditas  por ti... Pergunto o mesmo a ti Ninfa, o que fez para eu lhe amar de tal forma? Espero do tempo a muito um presente, serias tu?

Pobre criatura sou eu para entender as artimanhas do tempo, apenas corro junto a ele, num deses caminhos encontrei-lhe a um canto. Mas ainda não compreendo o que me dizem teus olhos. Diga-me tu o que lhe balbucia a alma?

Basta saberes que hoje compreendo mais a tua. A alma de um homem é complicada minha Ninfa, mas se tiveres  um mínimo de paciência ela se revelará por si só. Hoje ela tem consigo saudades e desejo. O tempo se diverte com os mortais se escondendo  por trás do acaso. Mas me fascino 
com ele todo o tempo...

Fascino-me eu por tua graça, teu olhar, teu sorriso que ecoam em minha mente a cada minuto. Perdoe-me mas já se esvai a noite e lhe tenho mais uma pergunta.

Diga-me o que queres saber?

O que vês em mim meu senhor? Não creio que eu mereça o amor que me dás?

Creio que temos parte em tudo que cultivamos em nós e nos outros. Em ti vejo verdade, sinceridade, beleza... Mas nada disso procuro... Vejo em ti semelhança a mim. Tua loucura se parece com a minha, teus medos, até tuas incertezas. Tuas perguntas são as respostas que tenho, assim como minhas perguntas só tu soube me responder. Não sei dizer ao certo o que vejo, mas sei que o que vejo me encanta. Sei que quando se vai parte minha vai junto, sei que quando  te vejo me alegro. Gosto de cada momento em que estamos juntos e que o tempo não faz diferença quando estou contigo. Seria esse o poder das Ninfas afinal? Mudar a mente e o coração de  um homem? Diga-me afinal, sentes o mesmo por mim?

Não compreendo o que sinto, apenas lhe afirmo, é surreal. Não conheço a forma de dizer-lhe o que me grita o peito, desconheço também tais sentimentos, se por esquecimento ou por falta de tê-los, apenas digo-lhe Morfeu, que o medo me balbucia dizeres e que plantastes em mim a mais formosa flor. Roubastes minha paz quando olhastes em meus olhos pela primeira vez...

Tens contigo também minha paz, só não sei dizer porém a quanto tempo. Que cultivemos juntos tal flor para que possamos criar dela o mais belo jardim.

Não tarda muito o amanhecer... Tens mesmo de ir? Porque não ficas? És tu sonho ou realidade para que fiques assim tão pouco?

Sim, tenho de partir. A realidade é mais curta do que  nossos sonhos senhora minha. Mas a realidade sempre será melhor...

Desde que tu sejas a minha! Voltes logo Morfeu...!

Anseio pelo regresso. E hoje não vejo outros braços que não sejam os teus...


Autores: Anjo Negro e Willian Junior




terça-feira, 22 de abril de 2014

Acasos do Tempo


Talvez o tempo me negue o teu calor, os beijos de tua boca, tua conversa franca ao pé do meu ouvido.
Talvez o tempo pare naqueles dias frios quando estamos sós.
Talvez o tempo me separe de ti como castigo por meus atos.
Talvez o tempo nos julgue por nossa loucura parecida, porém talvez saiba que seres loucos também amam.

Espero aqui a passagem do tempo, este que cruzou nossos caminhos um dia, que o mesmo os coloque lado a lado outrora.
Espero aqui seu correr, sua lentidão.

Artimanhas do tempo, traquinagens do acaso...

Talvez o tempo me perdoe, talvez me condene a distancia tua.
Talvez o tempo compreenda que jamais apagará teu olhar gravado em minha mente.


Autor: Anjo Negro




quarta-feira, 16 de abril de 2014

Lamento


Pérfida e suja, meu corpo sob toneladas de imundícias...
Onde estás chuva para que me laves? Dessa sob mim, fria e densa, me limpe o âmago da dor que me devora.

Estou alucinada por tantas vozes que me perturbam o sono...
Cansada, demasiada só.

Que mais farei além de ajoelhar por sobre este caminho de pedras e implorar?

Onde estás tempo?Porque não corres ligeiro e leva consigo tudo o que não mais me pertence? Parastes para assistir meu pesar?

Tu e todos aqueles que me apedrejam já não se fartaram de minha carne?
Vermes! Aplaudam quando eu finalmente cair. Dancem sob meu cadáver inerte. Se fartem de meu sangue enegrecido pelo ardor daquelas palavras...

Não me recordo dos caminhos por onde andei, apenas carrego as marcas que eles me deixaram.

Doce vida, amargo existir...

Creio que se esvaem a luz de meus olhos, aonde irei eu?
Perdi-me naquela tempestade, afoguei-me em tantas lágrimas...

Perdoe-me Criador por minhas iniquidades mas meus pés já não aguentam mais caminhar sobre tantos espinhos...


Autor: Anjo Negro



segunda-feira, 14 de abril de 2014

Somniun Morpheus


Invadistes meus sonhos uma vez mais ligeiro, matreiro, lampeiro
com aquele sorrisinho de criança que detém um segredo.
Trouxestes as flores de teu peito, o dom de tuas mãos, os beijos de tua boca.

Doces sonhos irremediavelmente viciantes...

Te vejo, te quero, te desejo, todas as noites quando adormeço, meus meros sonhos, meus tolos devaneios, meus afãs das noites frias.

Donde vens Morfeu? Para onde vais para que eu o siga?
Meus amanheceres são tristes quando partes.
Porque se vai assim tão de repente?
Quero teu cheiro, teu calor, tua pele junto a minha. Porque foges?
Transcenda meus sonhos, venhas para o meu lado..

Calmos e seremos passaremos os dias a saciarmos a paixão presa sob nossa pele.
Acima das nuvens, distantes do mundo, escondidos do correr da vida.

Que esqueçamos o tempo, e que este porém, também nos esqueça...

Autor: Anjo Negro


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Canto a Ninfa


Tão belo e doce ser das florestas aonde fostes com meu coração?
Por que o roubastes de tal forma?
Tua beleza me segou as vistas, pois vejo-te em todos os rostos...
Teu olhar divino como o amanhecer, aquelas cores (lindas cores...) como poderei sequer esquecê-las?
Ainda posso sentir teu cheiro, aquele nos dias frios e chuvosos quando tu se aninhavas em meus braços...
Oh Tempo! Porque não voltas para que eu possa senti-la novamente? Porque me castigas?
Por favor traga-me aquela boca, traga-me aqueles olhos, para que eu diga a ela que a quero, que a amo, que minhas liras ainda são em teu nome e que tua voz ainda ecoa em minha mórbida mente.
És tu o pecado de minha carne!
Ser-me-ei julgado por meu erro de amar-te que seja, pois não há vida que valha sem que estejas ao meu lado, nem mundo algum que caiba a dor de perder-te.
Tempo! Tempo! Tempo!
Quando ouvirás minhas súplicas?
Peço ao vento que as leve aos teus ouvidos, que ouças e que voltes.
Esperar-te-ei naqueles montes acima das nuvens.
Mesmo que se findam as eras, ainda estarei a aguardar-te.
Doce luz dos meus olhos, ilumine este meu caminho obscuro.

Autor: Anjo Negro





terça-feira, 8 de abril de 2014

Menina dos Sonhos


Prove de minha carne apodrecida e envenenada pelo tempo...

Aquelas mágoas me torturaram por eras e agora se vão, dando fim ao que fui outrora.
Tenho tido a noite como refúgio, as sombras como esconderijo já que me despedacei em vãs palavras... 

Percebes o sabor que tenho?

A dor me dilacerou o âmago; não procures amor em meio a restos, não poderei dar-lhe o que não conheço.

Minha alma vaga por caminhos tortuosos, escutando o ecoar do granido dos corvos, devorando o corpo inerte que sobrara..
Multidões feitos de pedras, desertos frios e secos.
Observo daqui tantas almas perdidas, tantos seres pérfidos...

Me juntarei aos meus, também devastados pelas tempestades de areia, imundos pela frieza dos homens.

Esqueci-me de dizer-lhe, a escuridão que me cativa não é a mesma pela qual eles se perdem. (Entenda...)

Vou em busca da vida, ver o que meus olhos tanto anseiam.



Autor: Anjo Negro




quinta-feira, 3 de abril de 2014

Carta ao Poeta


Homem só, sentado está no topo dum monte
ali ele encontrou a paz, o conforto da mente.

Vejo-te de longe, penso eu: aonde estás?

Teu corpo à minha frente,
tua mente à deriva num mar de sonhos.
Achaste o que procuras?

Mancebo pensador, trovador de devaneios
caneta e papel são as armas que possui.
Teus olhos vêem as maravilhas ocultas no mundo,
a vida da forma maravilhosa que é.

Mostrei-me a ti nua e teu olhos como faíscas acesas
iluminaram aquele caminho obscuro.
Como podes me enxergar naquele vazio?
Tens um dom divino...
Deleite-me com tuas liras, entoe-me tuas canções.

És a joia rara neste deserto de pedras!

Conte-me teus sonhos,
mostre-me tu a essência que escondes.
Doce mancebo o que temes?

Se desejas, serei os ouvidos para que cante,
os olhos para que escrevas,
o caminho para que andes além...

Tu que vês o inferno e o céu dentro dos homens 
(dom ou maldição?)
Diga-me o que vês em mim?

Homem só, sentado ao topo do monte
teu efúgio sereno e silencioso,
espírito de poeta,decifrador de almas.
Diga-me quem és tu?


Autor: Anjo Negro