sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

À sós



Eu me desfiz em pedaços,
Debaixo de cada lágrima, 
Um traço de consciência
E após a torrente, um deserto seco
Sorrisos falsos, abraços frios


O tempo traga um cigarro fedido
Em cada trago, um intervalo
Não enlouqueci, apenas contei doces mentiras
Esqueci de mim mesma, me tornei parte delas
A elas dediquei tragos
E a cada trago, mais tempo

Tempo, tempo, tempo
Me perdi na fumaça seca,
Me esqueci da essência
E desejei as lágrimas. 

Como juntar os pedaços?
Como colar cacos?
Como me refazer por inteira?

T.Alves