sábado, 26 de junho de 2021

Susurro

 Corações partidos são como quebra cabeças.

A cada jogo, monta-se,desmonta-se.

Faltam peças.

Faltam partes.


O que sobra de algo destruído?


Cacos...


Quebrados…


Destruído…


Destruído….


Des...tru...í...


Ah! 

A insanidade é uma bela dama de voz adocicada.


T.Alves





sexta-feira, 14 de maio de 2021

3


Me contes Morpheu, qual tua canção mais amada?
A de liras em noites enluaradas? 
A de fugazes pássaros da primavera? 
A do vento após a tempestade?
Conte-me que som faria eu, para adoçar seu âmago e iluminar teus dias.
Talvez, o silêncio calmo da manhã seja tua escolha, 
Ou quem sabe, o mar ao longe falando às rochas?
Por graça tua, me digas,
Como aquecer teu peito? 
Como abraçar tua alma?
Como aninhar-te para que descanses?
Dar-te-ei o que pedires.
Correrei céus e terra, implorarei a Gaia que lhe abençoe.
Apenas diga-me, qual canto cantas tu?


T.Alves


 

sábado, 1 de maio de 2021

2

 Sou folha solitária que dança ao vento suave,

Sua dança é leve à luz do sol poente,

As cores são fugazes.


Sinto cheiros doces, aonde me levas?


Queria ser a semente que renascerá em vida.


Sou folha secando à belprazer do tempo,

Bailando as graças da brisa do entardecer.

Não recordo de casa,

Sou lembrança de outrora,

Mero pedaço de alguém distante,

Vislumbre absorto.


Sou folha seca caída aos pés de algum.

Sou o passado esquecido.

Amanhã nada serei.


T. Alves




quarta-feira, 21 de abril de 2021

1

 Caindo abismo abaixo, sem compaixão

O frio percorrendo meus ossos

A dor cortando minha carne.


Ilusão de dias calmos,

O sol, o tempo ameno, as gotas de chuva.

O som do tempo corrente

Perpassa minha percepção

E continuo em queda.


Fechando os olhos, vendo fantasmas

Sonhos são tolos, pesadelos são reais.

O negro véu que cobre a vista,

O medo palpável

Não há fundo no abismo.


T. Alves