sábado, 6 de dezembro de 2014

Lamento

Minuto a minuto meu relógio que não passa me mostra o tempo. As paredes de pedras frias feitas para proteger abrigam tão bem o vazio e o vento que ecoam o silêncio inebriante desta madrugada fria. Meu sorriso bobo, não está mais aqui. Aliás; já não sei dizer se ele se foi essa manhã ou na madrugada anterior a essa, as vozes que não sessam dizem tanto.  Mas palavras são dispensáveis.
Meu silêncio que cada vez se torna mais cadavérico e meu olhar por si só mais sombrio.  A sombra de meus olhos não são controlados por mim, gostaria de ser capaz mas ainda não sou. E minha incapacidade se acumula aos pés do altar em súplica e prece aos olhos fixos em mim de um infinito azul.
Palavras doces feitas por um coração que ama. Perdoa um preto que não age condizente ao seu próprio coração; este que transborda em uma alma sedenta mas que as vezes se fecham em uma garganta de carne e sangue. Mortalidade maldita que se exibe em mim. Mortalidade bendita que por súplica implora que justifique sua própria história e falhas. Estas que se acumulam ao pé do homem que a carrega.
E minhas incapacidades se acumulam ao pé da cruz que por mais um dia me nega.
Ou seria o tolo homem que tem negado a cruz?

Autor: William Junior


Confesso, senti tua falta naqueles tempos, lembra-te daqueles contos?  Os via como figura posta defronte mim em ares frescos. Meu refúgio suponho, já que fugia de mim e em tuas palavras me encontrava com outros olhos... Os teus.

Divina forma me davas ao passo que, lhe via florescer à mim. Não esqueço-me de tuas entrelinhas expostas, nem mesmo de tuas mãos junto às minhas nas tempestades.
Hoje sei que não há nada mais doce do que o mel que provém de ti nem canto mais belo que de tua alma.

Dá-me teus lábios para que eu me deleite com tua pureza e me entorpeça de ti, me embriague e adormeça por fim em teus braços até teu novo regresso.  Amado ser, dê-me teus contos, tuas liras, teus encantos, cantos, teu olhar...

És tu doce e divino, como  bom vinho ... Mostra-me por fim como és e serei eu o que sou.

Autor: Anjo Negro