terça-feira, 29 de outubro de 2013

Dias frios

E o outono se encerra em meu coração.
Não há mais cores, e as flores já se desfazem.
O cinza que assola o meu jardim.
Os poemas de outra estação já não possuem sentido.

As borboletas não voam em meu jardim, somente passam.
Os beija-flores voam sem destino.
Da janela mais alta do casarão vejo destinos.
Ao longe soam os sinos da catedral me provando que o tempo continua a passar.
E as cortinas deste novo dia não tardam em se findar.

O vermelho vivo de uma única rosa se destaca.
O inverno sempre tão eterno não tardara em colhê-la, mas ainda que o faça a flor que resiste o vento representa esperança de uma primavera ainda inexistente.
Em dias frios a luz do sol e sempre tão mítica.
Em dias cinza a cor desafia o cético.

Mas o tempo passa.
As casas do tempo também podem ruir.
Em casas antigas o jardim toma o espaço e por fim invade as casas.
O fogo se extingue o frio te absorve, e por fim a morte se envolve, mas a vida que sempre é regente inerente dos fatos trás de volta aquele velho jardim.
As borboletas voltam, a cor também. Os pássaros que antes fugiam voltam sabendo bem seu destino, porque lá estavam quase esquecidos seus velhos ninhos.

                                                                                                Autor: William Junior 



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Estradas noturnas

Eu que tão só fugiria pra mais longe, a rua me chama e as amarras que me mantém no lugar caem uma a uma e a cada tempo que passa me pergunto o porque eu me mantenho aqui.
As correntes que me prendem já não são mais capazes de me segurar, as sombras que se arrastão a minha volta não me assustam mais, minha mala que nunca desfeita parece mais leve hoje do que jamais esteve, e seria isso bom ou ruim?
Já me chamarão de louco e de andarilho; como posso eu ser andarilho se estou aqui parado, no mesmo lugar fazendo aquilo de que não gosto.
O relógio zomba de min ao me mostrar quanto já perdi, o calendário com tantas folhas de que não mais preciso usar me mostra que mais um outono não tarda a se encerrar e o frio se aproxima e se encerra o ciclo se reinicia e eu que tanto prometi para novos verões menti pra min e pra outros, e continuo no mesmo lugar.
A caminhada e longa para aqueles que caminham.
A caminhada e longa para aqueles que seguem a estrada em seu curso, para todos os outros, e apenas mais uma estrada...
Sei que  não e esse o meu lugar antes eu tinha desculpas hoje eu tenho cada vez mais motivos, não tenho utilidade parado, e sinto que minha mente se deteriora com o tempo.
O novo já é tão velho, as pessoas não são mais as mesmas porque eu mudei, e quando mudamos o velho se torna novo; ou ultrapassado.
Mas as descobertas são inevitáveis.