sexta-feira, 27 de março de 2015

O Cravo e a Rosa


Amor entrelaçado, em espinhos e prosas.
Vi o amor desbrochar, - disse o Tempo - e o ódio surgir.
Vi o correr da vida e uma (des)união inseparável.
Vi uma nova vida nascer e ser cuidada.
Vi Cravo e Rosa amar a nova flor enquanto em si crescia raiva.
Um dia, após tantos mil, desfaleceu-se Rosa,
Triste e magoada.
Cravo então percebeu que jamais a odiara.
Cravo apenas não sabia como amar.
Rosa não sabia que era amada...
Triste fim, porém, dum amor dividido, ainda restara pequena Flor. E eu disse a Cravo:
- Mais uma chance...

Autor: Anjo Negro

quinta-feira, 26 de março de 2015

Fogos em centelhas respingam em meu rosto; ou seriam as minhas próprias lagrimas a me queimar?

As palavras ásperas que passam em minha garganta após tanto tempo sem nada a dizer me revelam uma voz que já não mais conheço.

E os altares que um dia fiz se provaram vazios. O tempo o passa e nos mostra tolos e sem valor.

Dias melhores vem e vão mas as palavras ficam.

O mundo que um dia me acolheu hoje me vê como uma piada que por ironia também aprendi a rir.

De que me valeram altares vazios? As velas se queimam e as lágrimas não param. Tributos mortais.

O mundo em brasa se desfez e ao final de um novo dia. As palavras de ordem em meio ao meu caos brilharam em um novo armageddon. "carppen dye"

Autor: William Junior


quarta-feira, 25 de março de 2015

Tragos

O tempo traga o tempo como um cigarro vagabundo.
Outrem como um charuto caro. Quanto tempo faz que o tempo enrola o tempo?
Há tempos me perco em vans filosofias.

Autor: Anjo Negro

Belas Vistas

Eu vi pássaros sobrevoando os céus, acompanhando o vento como se quisessem me dizer: Ei! Eu posso te ver daqui de cima.
Eu vi as nuvens se fecharem e formarem figuras. Vento menino parecia brincar nos altos,acho que se divertia.
Eu vi um céu multicor no fim da tarde, o Criador pintou cada detalhe, o deslumbre me encheu os olhos.
Eu vi a vida passar diante de mim, ali sentada na varanda, e soube que ela me esperava quando disse calmamente:
-Vamos!
Autor: Anjo Negro


quinta-feira, 19 de março de 2015

Teorias de um sonho perfeito


Eu e você
A beira mar
Nus...
Das tolices dos homens,
Das preocupações cotidianas,
Do amanhã...
Banhados em luz, sol, água, mar, sereno
Teu rosto calmo e sonolento, mas alegre, contando casos.
Cultivemos amor, meu amado,
Aqui do teu lado vejo teus olhos felizes.
(Amo-te além de mim)
Transsemos a vida com flores e notas das canções apaixonadas, façamos amor e sejamos um
Até o próximo sonho...

Autor: Anjo Negro

quarta-feira, 18 de março de 2015

Nominal 2 tempos

Puro expurgo visceral.
De minhas tripas devolvo ao mundo em pura forma natural.
Tuas palavras amplas em meus pensamentos;  completamente banal.

Intoxicação mental.
Os dejetos de tua mente espalhando-se e se tornando plural.
A ignorância, a rebelia provando-se natural.

Entrego a quem ler um fragmento dos meus pensamentos.
Revolta se acumula, e pra que elas não se acumulem em mim as solto no ar.
Como pode um país tão lindo cultivar a ignorância?
Abro mão da rima pra não perder a esperança.

Que volte os tempos de Renato e Raul. Os tempos de Rita mas que fique Gadú...
É... talvez nem tudo seja perdido.

"Como vovô dizia: oque seria do preto se todos gostassem do azul?"

Se ainda há esperança entrego meu corpo em uma roda de samba. E se a nega me acompanhar talvez se ache até um tango para se dançar.

Mas que o mundo não diga que tive esperança até a noite acabar.
             
             Autor: William Júnior

terça-feira, 17 de março de 2015

Apenas uma carta

Me sentei à porta como de costume. Sempre me pego vendo as estrelas. A escuridão sempre me cativa, me lembra mistérios, aqueles ocultos nos céus e nos teus olhos.
Olho o relógio, ainda faltam algumas horas. O sono algumas vezes me perturba mas sempre o ignoro, tenho que ficar acordada.
Os dias são tão longos, é tudo tão entediante; horas e horas massantes.
Acho que briguei com o relógio, já o vi três vezes e só passaram alguns minutos.
Eu me sinto sozinha, não vejo muito além de um belo horizonte a minha frente e algumas constelações acima de mim. Já viu a Lua hoje? Está linda, como sempre. A invejo grandemente, seu brilho lhe cobre por mais tempo que eu o tenho.
Me desculpe, ainda não me acostumei a falar e tenho menos vergonha no papel; mas apenas queria dizer que sinto sua falta, as vezes é difícil adimitir mas não me pergunte porquê.
Fico sempre pensando em minhas vans filosofias; enquanto no relógio só se passaram alguns minutos...

Autor: Anjo Negro

terça-feira, 10 de março de 2015

Ouro Preto

Primavera...
Teus olhos febris me vendo entre flores, andávamos a par do mundo, correndo por caminhos tortuosos.
Tua boca seguiu a minha e numa tarde quente senti teu gosto... Bom gosto, me despir de medo e mergulhar de cabeça em ti.
Joguei cartas, me embriaguei de amor e descobri em ti algo novo, vida.
Num dia de chuva em ladeiras andávamos amando acasos.
-Que tal um chocolate quente? Aquecemos a alma, o corpo em ébrio. Frenesi...

Já amou teu amor na chuva? É divino....

Autor: Anjo Negro

Passa Tempo


Março já chegou; tão cedo esse ano!

Como ontem me lembro de abril... Poxa! Já faz um ano.

Que ano esse, as brisas do outono já agitam a janela. E eu que ainda espero de longa data as chuvas de verão.

Eu que sorri e chorei. Eu que penosamente à vi chorar. Abril já me laça o dedo em uma promessa que antecipei em fazer.

Que os anos nos sejam promissores.
Somos frutos do verão e o inverno vem vindo, ainda temos de aprender; a viver.
Mas os bons frutos, não tardam em florecer.

Nesta nossa história, eu sei; que ainda há muitos e muitos dias para se viver.
       

             Autor: William Júnior

terça-feira, 3 de março de 2015

Interlúdio

Clama aos céus tempo a ordinária maestrina. Senhora dos dias...
Purgatório de minha alma...
Espurga as chamas da ira, acalenta a dor.

Os dias gigantes que se seguem findarão ao nascer de novos tempos.

Marcos poéticos são interlúdios, pequenas pausas para o café.

Livros da morte contam suas próprias histórias, eu em retrocesso falo de tempos de vida; não os quê vejo. Os que sonho.

Maestria divina em perfeita regência, orquestrando planos confabulosos entre astros reis dos quais nada tenho haver.

Assisto como espectador forçado a me sentar na primeira cadeira de minha própria vida.
Atuando apenas; em interlúdios, do tempo, do vento.
Calmamente me levanto, me espreguiço e de novo me acento.

..."O show não é meu"...
                         
Autor: William Júnior

Cotidiano

Acordei cedo e olhei para ti.
Meu cérebro desacostumado pensou em sorrir.
Me lembrei que já era sábado; fiquei desanimado.
Tinha de sair.
Fui trabalhar e ouvi... Uma de nossas músicas tocava no rádio.
Não me contive, sorri.
Cheguei ao trabalho e vi, uma multidão a me esperar.
Fechei meu semblante não há nada, para  quê olhar?
Voltei ao fone, talvez ele possa me animar.
Não tem voz Brasil.
A assim ninguém resiste, acabei de lembrar que hoje não tem Graffite.
Que vontade de partir, fugir; olhei pro relógio,
faltam horas pra sair daqui.

Autor: William Júnior

Acaso Poético

Cético ao universo, com ele converso:
..."-quais foram os dias em que nunca me esquecerei?
Fala de mim como se eu não estivesse mais aqui. Minha existência mesmo passageira deveria ser lembrada.
-Quem és tu pequena criatura? Tantos já viveram e tantos pereceram. O que tens de especial? Nesta terra que habitas, feras caminharam com o dobro, o triplo de seu tamanho e hoje nada representam além de uma marca nos tecidos do tempo.
-Qual o sentido da vida no meio disso tudo? Os amores?
-Não, as lágrimas.
Choraste ao nascer, verteram de ti lágrimas de alegria e de dor, de ódio e de amor, a cada perca, a cada partida, a cada regresso, aprendeu com as lágrimas silenciosas e as balbuciadas aquilo que as palavras não foram capazes de ensinar.
- Então é isso! Vivemos e pronto? E ponto? Somos o acaso vivo? Tecido e escrito, sem propósito. De que me serve? Pra quê tanta busca?
- Se vive, é capaz de criar, tudo, em determinado ponto tem um fim, mas se fores capaz de alterar teu próprio ser. Mudará também teu mundo; e se o fizeres talvez seja lembrado. Talvez tu seja amado. Talvez... Tua pequena existência mortal e terrena, efêmera e ímpar não seja esquecida e no momento de tua morte lhe ocorra que teve uma vida bem vivida"...

Autor: William Júnior