terça-feira, 3 de março de 2015

Acaso Poético

Cético ao universo, com ele converso:
..."-quais foram os dias em que nunca me esquecerei?
Fala de mim como se eu não estivesse mais aqui. Minha existência mesmo passageira deveria ser lembrada.
-Quem és tu pequena criatura? Tantos já viveram e tantos pereceram. O que tens de especial? Nesta terra que habitas, feras caminharam com o dobro, o triplo de seu tamanho e hoje nada representam além de uma marca nos tecidos do tempo.
-Qual o sentido da vida no meio disso tudo? Os amores?
-Não, as lágrimas.
Choraste ao nascer, verteram de ti lágrimas de alegria e de dor, de ódio e de amor, a cada perca, a cada partida, a cada regresso, aprendeu com as lágrimas silenciosas e as balbuciadas aquilo que as palavras não foram capazes de ensinar.
- Então é isso! Vivemos e pronto? E ponto? Somos o acaso vivo? Tecido e escrito, sem propósito. De que me serve? Pra quê tanta busca?
- Se vive, é capaz de criar, tudo, em determinado ponto tem um fim, mas se fores capaz de alterar teu próprio ser. Mudará também teu mundo; e se o fizeres talvez seja lembrado. Talvez tu seja amado. Talvez... Tua pequena existência mortal e terrena, efêmera e ímpar não seja esquecida e no momento de tua morte lhe ocorra que teve uma vida bem vivida"...

Autor: William Júnior

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