Prove de minha carne apodrecida e envenenada pelo tempo...
Aquelas mágoas me torturaram por eras e agora se vão, dando fim ao que fui outrora.
Tenho tido a noite como refúgio, as sombras como esconderijo já que me despedacei em vãs palavras...
Percebes o sabor que tenho?
A dor me dilacerou o âmago; não procures amor em meio a restos, não poderei dar-lhe o que não conheço.
Minha alma vaga por caminhos tortuosos, escutando o ecoar do granido dos corvos, devorando o corpo inerte que sobrara..
Multidões feitos de pedras, desertos frios e secos.
Observo daqui tantas almas perdidas, tantos seres pérfidos...
Me juntarei aos meus, também devastados pelas tempestades de areia, imundos pela frieza dos homens.
Esqueci-me de dizer-lhe, a escuridão que me cativa não é a mesma pela qual eles se perdem. (Entenda...)
Vou em busca da vida, ver o que meus olhos tanto anseiam.
Autor: Anjo Negro
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