quarta-feira, 16 de abril de 2014

Lamento


Pérfida e suja, meu corpo sob toneladas de imundícias...
Onde estás chuva para que me laves? Dessa sob mim, fria e densa, me limpe o âmago da dor que me devora.

Estou alucinada por tantas vozes que me perturbam o sono...
Cansada, demasiada só.

Que mais farei além de ajoelhar por sobre este caminho de pedras e implorar?

Onde estás tempo?Porque não corres ligeiro e leva consigo tudo o que não mais me pertence? Parastes para assistir meu pesar?

Tu e todos aqueles que me apedrejam já não se fartaram de minha carne?
Vermes! Aplaudam quando eu finalmente cair. Dancem sob meu cadáver inerte. Se fartem de meu sangue enegrecido pelo ardor daquelas palavras...

Não me recordo dos caminhos por onde andei, apenas carrego as marcas que eles me deixaram.

Doce vida, amargo existir...

Creio que se esvaem a luz de meus olhos, aonde irei eu?
Perdi-me naquela tempestade, afoguei-me em tantas lágrimas...

Perdoe-me Criador por minhas iniquidades mas meus pés já não aguentam mais caminhar sobre tantos espinhos...


Autor: Anjo Negro



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