segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Súplica


Peço ao Pai misericórdia
pois já não suporto a dor de meu peito
nem mesmo as esperanças e sonhos que me corroem por dentro
perdoe-me se molhei o papel desta carta, mas já não controlo meu pranto amargo
(talvez seja o grito a liberdade de minh'alma).
Sinto o toque delicado da Lua em minha pele nua
como se me dissesse algo que não compreendo.

Pai, até quando permitirás?

Hoje meus olhos apenas enxergam o cinza destas paredes de meu quarto vazio.
Será que perdi a lucidez?
Acredito que eu nunca a conhecera...
O que me resta afinal? Apenas memórias
de sua voz melodiosa junto a minha na escuridão
(estão ecoando em minha mente agora...).

Há vozes em meus ouvidos.

Talvez eu adormeça escrevendo estas tortas linhas
 já que só encontro a calma e a cura (temporária)
adormecida sobre as páginas de minhas escrituras,
meu silêncio em palavras.

Oh Pai, rogo-lhe, liberta-me
pois já não sei no que me tornei.
Devolva-me a paz, ou ao menos assopre em mim um pouco de alento,
pois estas correntes têm me prendido há tempos.

Por favor, escute minha súplica...

Autor: Anjo Negro


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