14 maio 2021
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01 maio 2021
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Sou folha solitária que dança ao vento suave,
Sua dança é leve à luz do sol poente,
As cores são fugazes.
Sinto cheiros doces, aonde me levas?
Queria ser a semente que renascerá em vida.
Sou folha secando à belprazer do tempo,
Bailando as graças da brisa do entardecer.
Não recordo de casa,
Sou lembrança de outrora,
Mero pedaço de alguém distante,
Vislumbre absorto.
Sou folha seca caída aos pés de algum.
Sou o passado esquecido.
Amanhã nada serei.
T. Alves
21 abril 2021
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Caindo abismo abaixo, sem compaixão
O frio percorrendo meus ossos
A dor cortando minha carne.
Ilusão de dias calmos,
O sol, o tempo ameno, as gotas de chuva.
O som do tempo corrente
Perpassa minha percepção
E continuo em queda.
Fechando os olhos, vendo fantasmas
Sonhos são tolos, pesadelos são reais.
O negro véu que cobre a vista,
O medo palpável
Não há fundo no abismo.
T. Alves
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25 dezembro 2020
À sós
Eu me desfiz em pedaços,
Debaixo de cada lágrima,
E após a torrente, um deserto seco
O tempo traga um cigarro fedido
Em cada trago, um intervalo
Não enlouqueci, apenas contei doces mentiras
Esqueci de mim mesma, me tornei parte delas
A elas dediquei tragos
E a cada trago, mais tempo
Tempo, tempo, tempo
Me perdi na fumaça seca,
Me esqueci da essência
E desejei as lágrimas.
Como juntar os pedaços?
Como colar cacos?
Como me refazer por inteira?
24 junho 2020
À mim, hoje
05 janeiro 2020
Sobre a Vida
19 novembro 2019
Hoje cedo não vi as cores,
O raiar do dia era insosso e os sons pareciam abafados.
Tudo era cinza e frio, se por realidade ou eu que perdi a cor dos olhos,
A nitidez dos traços era fosca, também lhe faltava algo.
As horas voam, ao passo que o tempo permanece parado.
O Tempo, parece brincar com a vida,
As vezes ele dança, as vezes a ignora, as vezes apenas a acompanha.
Que queres?
Me cansei dos dias mornos, frios à pele de quem desfalece a cada passo.
Me cansei do calor das lágrimas que escondo e reprimo.
Me cansei da vida, repetida, rotineira, o círculo infinito.
E agora?
Hoje cedo, procurei os pássaros livres da manhã,
Procurei a luz do amanhecer,
Procurei sons,
Procurei porquês,
Procurei a mim.
T. Alves
13 abril 2019
Pranto
31 março 2019
Vozes na Noite
Meu vazio cresce exasperado, pergunto até onde vais?
Tenho tido dias longos e noites turbulentas
Nem em meus sonhos encontro alento.
Hoje vi o alvorecer e ainda assim não tive esperança.
Não é teu corpo que desejo, mas tua alma que conhecia a minha
Teu toque furtivo que me trazia o bem,
Teu afago que me acalmava.
Eu não tinha lágrimas, nem me lembrava do quão só existia
Nem mesmo do abismo em mim, que me traga.
Será que fui enganada pelos belos contos?
A vida é efêmera e dolorosa.
Me cantaram sobre sonhos divinos, eu, simples mortal o quis.
Quis tê-los, vivencia-los, perder-me.
Agora amarga, me ensopo em lágrimas por minha tolice.
Homens não são dignos de deleitarem sonhos.