20 março 2025

Ator

 

Eu vi mil faces do abismo

Mil vezes escondi-me de mim

Mil faces me olharam de volta,

E outras mil vezes as vi.

 

Sonhos e pesadelos? Homônimos

Raízes secas entrelaçadas em minha mente

A cada poça de suor, uma nova história.

Será possível adormecer em paz?

Quantas vezes ainda contarei os tic-tacs do relógio?

 

Na madrugada, mil vozes me atormentam,

Mil olhos me julgam,

Mil vezes me destruo.

 

Qual a culpa do inocente?

Nascido vivo, morto ao crescer.

 

O que plantar em solos áridos?

Como regar a dor sem mágoa?

Pra onde ir, se não há estrada?

 

Eu assisti à borboleta alçar voo

Indo para longe, desenhando seu caminho

E senti inveja da sua liberdade.

T.Alves