08 agosto 2025

Pater, ubi es?

 Vistes meu nascer,


Estavas lá nos primeiros passos e tombos,

Estavas lá nas primeiras risadas e lágrimas.

Aonde fostes?


Me renegas


O que te fiz? Por que me fez?


Sua sombra paira sobre minhas lembranças

E mesmo tão tenro, já aprendi a dor da perda.

Preferia eu, ter perdido um joguete,

Ao contrário, perdi parte do que eu nem havia aprendido ainda.


Sabia que ainda espero que adentres pelas portas?

Que me chame e me confirme seu amor?

Era mentira tudo que me dissestes?

É culpa minha tua debilidade?

Se é, perdoa-me, ainda não sei o que faço.

Ainda estou jovem para caminhar só.

Ainda tenho medo do escuro.

Ainda não entendo a vida,

Ainda sonho.


Perdoa-me por ainda sentir que falta algo.

Quiçá, já em madura idade, não questione mais.




T. Alves