10 junho 2022

5

 Cega, surda e muda.

Pesadelos e abismos

As palavras não chegam, ou chegam tortas.

Enquanto rabisco papéis em puro embargo

Vou perdendo outra parte

Que importância faria sem ver a luz?

Quando ouço-os, inaudível aflição.

Nem qualquer piedade tiveram os deuses

Apenas, recusaram o gozo

Fim à Nimpha.

T. Alves



01 março 2022

Eu

 

A gota que escorre quente

Embriaga àquele que se deleita.


O vinho é servido aos que se dispõem a brindar...


Têm sido anos áridos, amado

Não faltou apetite ou fervor.

Algo mais, não sei dizer.


Busquei a fonte para mergulhar em mim,

Volver aos dias de outrora,

E supliquei à mãe o caminho.


Encontrei pegadas esquecidas...


Retornarei ao beber do mar do ego.


T. Alves





17 fevereiro 2022

Outro Adeus


Foi pelo perfume das rosas 
Que sou de tua partida
Em um lindo dia de verão gasnhastes a liberdade
Que tanto almejavas tu
E sob a clara luz da lua
Após o pesar tempestuoso das nuvens
Digo-lhe adeus.
Daí comprimentos à Bela Dama
Ficarei bem
Nós vemos no fim.

T. Alves








11 fevereiro 2022

4


Um céu tempestuoso.

Uma chuva fria.

Em minha cabeça, vozes.

Uma sinfonia ressonante,

De fantasmas e demônios.


Música, 

Palavras, 

Gritos, 

Chuva, 

Sinos, 

Trovões

...


Desconheço o silêncio, mesmo quando me rodeias.


T.Alves




18 janeiro 2022

Desejo e amor

Beije meus lábios amor meu

Beba do mel, entorpeça-te

Beije fugaz e ferozmente

Os lábios que te pertencem

Desde que a clara lua nós abençoou

E os deuses nós olharam com curiosidade

Ama-me como um beija flor, que suga o néctar das flores

Ou como a borboleta que docemente toca suas pétalas.


Amor meu, ama-me com amor.

Me ame com fulgor, usa do teu desejo. Das fantasias mais loucas ao desejo mais banal.

Confunda em mim a realidade com o irreal, sonhe comigo em tempo real.

Vivamos o sonho fictício ou literal.

Que os deuses nos olhem, que aprendam conosco, que possamos ferver as forjas de Hefesto e que ele forje, sobre nossos corpos nus e entrelaçados.

Que o nosso fogo nos baste sem nos queimar 


A ti dedicarei meus deleites

Minhas loucuras serão nossos passos sãos

Ao invejar os Céus, com tamanha luz, somos o espetáculo em meio às estrelas.


T.Alves, Will Jr.





15 janeiro 2022

Carne e gozo

 A brisa do mar me trouxe um cheiro

Era dos perfumes que exalam tua pele escura

Dos sons que amo, teu arfar me estremesse o âmago.

E da luz dos teus olhos, cor de cacau

Via o entrelaçar dos céus e estrelas.

Inveja-nos a lua, o mar

Que não conseguem se tocar e amam a distância.

Invejam-nos as flores, 

Pois nosso néctar é mais doce que seu perfume

Arrisco dizer, amado,

Que amam-nos os deuses

Ao deleite de seus olhos, vêem o amor carnal de belo ângulo,

Como plateia, aplaudem o espetáculo de nossos corpos.


T. Alves





26 junho 2021

Susurro

 Corações partidos são como quebra cabeças.

A cada jogo, monta-se,desmonta-se.

Faltam peças.

Faltam partes.


O que sobra de algo destruído?


Cacos...


Quebrados…


Destruído…


Destruído….


Des...tru...í...


Ah! 

A insanidade é uma bela dama de voz adocicada.


T.Alves





14 maio 2021

3


Me contes Morpheu, qual tua canção mais amada?
A de liras em noites enluaradas? 
A de fugazes pássaros da primavera? 
A do vento após a tempestade?
Conte-me que som faria eu, para adoçar seu âmago e iluminar teus dias.
Talvez, o silêncio calmo da manhã seja tua escolha, 
Ou quem sabe, o mar ao longe falando às rochas?
Por graça tua, me digas,
Como aquecer teu peito? 
Como abraçar tua alma?
Como aninhar-te para que descanses?
Dar-te-ei o que pedires.
Correrei céus e terra, implorarei a Gaia que lhe abençoe.
Apenas diga-me, qual canto cantas tu?


T.Alves


 

01 maio 2021

2

 Sou folha solitária que dança ao vento suave,

Sua dança é leve à luz do sol poente,

As cores são fugazes.


Sinto cheiros doces, aonde me levas?


Queria ser a semente que renascerá em vida.


Sou folha secando à belprazer do tempo,

Bailando as graças da brisa do entardecer.

Não recordo de casa,

Sou lembrança de outrora,

Mero pedaço de alguém distante,

Vislumbre absorto.


Sou folha seca caída aos pés de algum.

Sou o passado esquecido.

Amanhã nada serei.


T. Alves




21 abril 2021

1

 Caindo abismo abaixo, sem compaixão

O frio percorrendo meus ossos

A dor cortando minha carne.


Ilusão de dias calmos,

O sol, o tempo ameno, as gotas de chuva.

O som do tempo corrente

Perpassa minha percepção

E continuo em queda.


Fechando os olhos, vendo fantasmas

Sonhos são tolos, pesadelos são reais.

O negro véu que cobre a vista,

O medo palpável

Não há fundo no abismo.


T. Alves