09 abril 2025

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Não deveria, mas ainda importo-me.

Ou seria mera curiosidade?

Como me pintas hoje?

Quais aquarelas usa ao descrever-me?

Talvez, com os olhos de rapina,

Ou quem sabe, os fechastes demasiado.

Como poderias ver vendado e encoberto pelas lamúrias e dores?

Pelas verdades que ouviras tu, de outras bocas,

Ou a tua mesma tem dito aquilo que queres acreditar?

Pois, não saberia eu dizer-te, não enxergo ou penso como ontem.

Tenho me sentado à mesa com o Tempo,

Aguardando que sua medicina ponha efeito às feridas.

A vida me contou uma vez, que se diverte com os humanos

Mesmo tendo-a em mãos, como um jarro cheio de água fresca, escolhemos turvá-la ou derramá-la.

Pergunto-me, todos os dias, o que tenho feito de meu jarro?

Perguntastes a ti, o que tem feito do teu?


T.Alves



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