16 setembro 2025

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Quebrada.

Vozes anunciam e clamam,

Enquanto, entorpecida, rejeito minhas asas.

Invejo a liberdade dos pássaros e seu curto prazo,

Ora ávidos, dançam aos ventos,

Ora descuidados, são devorados por outrem.


Sou bailarina.

Rodopio.

Ora em chamas, ora em lagos congelados.

Vislumbro sombras e lucidez,

Negocio com desconhecidos da plateia,

E desvaneço ao alcançar a perfeição.

A contraponto, holofotes me alcançam nas quedas e erros.

A coreografia contemporânea da vida, torta e mal feita,

Retira burburinhos e gracejos de espectadores sedentos.

Cubro o palco de sangue e lágrimas, então, aplausos.


Bem vindos ao espetáculo!


Bis! Bis! Bis!


Dê mais corda, gire, e toque novamente,

A caixinha está desgastando, mas este é seu brinquedo favorito!

Reabram as cortinas, estendam a lona!

Encharque o palco!

Todos aclamam sua queda.


T. Alves



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