Quebrada.
Vozes anunciam e clamam,
Enquanto, entorpecida, rejeito minhas asas.
Invejo a liberdade dos pássaros e seu curto prazo,
Ora ávidos, dançam aos ventos,
Ora descuidados, são devorados por outrem.
Sou bailarina.
Rodopio.
Ora em chamas, ora em lagos congelados.
Vislumbro sombras e lucidez,
Negocio com desconhecidos da plateia,
E desvaneço ao alcançar a perfeição.
A contraponto, holofotes me alcançam nas quedas e erros.
A coreografia contemporânea da vida, torta e mal feita,
Retira burburinhos e gracejos de espectadores sedentos.
Cubro o palco de sangue e lágrimas, então, aplausos.
Bem vindos ao espetáculo!
Bis! Bis! Bis!
Dê mais corda, gire, e toque novamente,
A caixinha está desgastando, mas este é seu brinquedo favorito!
Reabram as cortinas, estendam a lona!
Encharque o palco!
Todos aclamam sua queda.
T. Alves

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