segunda-feira, 18 de maio de 2015

Já era tarde demais para chorar.
Cedo demais para dizer que o fim era próximo.
As palavras duras me bateram pesadas como as asas que me foram retiradas. O alforje pesado que carrego nada é capaz de criar. O alaúde sem cordas nada mais é que um amuleto guardado de tempos antigos.
As liras doces que entoava hoje em minha mente parecem ditas por outro. Exceto aquelas que disse a você.
As árvores observadas outrora hoje se preparam para o inverno, não se parecem com as mesmas da primavera que não tardou em findar... Ela aconteceu a quanto tempo mesmo?
Olhos famintos tão familiares me vêem da escuridão. Afaga o cão que não tardará ao final da hora em morder a minha mão.
Monstros imaginários voam das sombras com carne e ossos.
Mas já era tarde demais para chorar.
Cedo de mais para dizer que o fim era próximo.

Autor: William Junior

Nenhum comentário:

Postar um comentário