domingo, 17 de maio de 2015

O frio assola as janelas e as paredes da casa vibram violentamente.
As ordas que nos cercam cederam aos braços fortes do vento e o inverno os consumirá. Mas o que seremos ao final desta guerra?

Corpos e mais corpos. Desolados, destruídos, sem destino. A vida se foi em meros estouros.
Eu tive medo, eu tenho medo.
Quando virá o sol quente e a brisa fresca primaveril?

Ao final da dor, da loucura e do desespero, corpos são apenas corpos se a alma já se foi ainda que em vida.
Também tenho medo, por mim e por ti. Tenho medo que minha lucidez se vá antes do fim do inverno. Tenho medo de não ser o bastante para nos suprir. A casa já tão frágil talvez não resista a um ataque.

O inverno é feroz e somos frágeis. Ainda temos o fogo dentro de nós.  Mesmo que o teu se apague haverá o meu.
Ataques haverão e se o teto ruir, faremos outro.
A tua loucura me é lucidez

Me abrigo em ti nas piores noites. A mim que me supus forte, me contemplar em pequenos reflexos no meio da tempestade...
O vento mais forte arranca tua carne. Mas a mais fraca corta mais profundo que qualquer coisa.
Quantas e quantas vezes teremos que reconstruir este telhado minha amada?

Talvez após todo inverno. Talvez sempre ajam recomeços. Talvez sempre seremos soldados. Mas eu fui feliz em cada batalha.
Eu vejo a luz em sua escuridão.

Eu sou feliz ao teu lado. E por isso eu luto.
Eu vejo luz em tua escuridão.

Autores: William Junior e Anjo Negro

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