sábado, 8 de dezembro de 2018

Resta a Flor



Pra onde fostes amado?

Deixaste-me na estrada só

Fui rodeada por espinhos e demônios,

Almas vãs e espíritos imundos.

Ceguei-me no meio da escuridão, não vi luz ou cousa alguma

Não senti cheiro ou sabor.

Então cai.

Fui tola flor, entorpecida, egoísta, esquecida.


Então passaram-se mil anos, amado,

E pra cada pérola que deixei cair,

Nasceu uma cicatriz.

Sangue jorrava, espinhos cresciam e alimentam-se os demônios.

Restou-se semente, raízes podres e folhas mortas.


(Resta a ti, semear-me ou enterrar-me)


T. Alves

Nenhum comentário:

Postar um comentário