Por vezes, me banho em águas escuras.
Hora quentes como brasa viva incandescente, hora gélidas.
Em todas, o torpor me atinge.
Quanto mais fundo, mais instigante
Já sentistes prazer na dor?
Estranho notar, mas quanto mais se fere, mais sangra, mais doi, mais êxtase.
Ainda assim, mergulho, me afundo.
Busco as pedras preciosas escondidas no abismo.
Ocasionalmente, me afogo, bóio, volto a margem e ao despertar, mergulho novamente, sempre mais fundo.
Visito meus lugares sórdidos e piso nos cacos.
Mesmo havendo um paraíso a minha disposição,
Escolho me perder na escuridão, para me lembrar o quão preciosa é a luz que tenho agora.
Luz que me aguarda, às portas do alvorecer.
T. Alves
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