Já faz tempo e ainda dói.
Não verterei palavras sobre a profundidade do âmago adoecido,
Ou do quão aflitivo é.
Dizem que tudo passa.
A Iroko, pedi sabedoria para entender sua passagem.
A mim, pedi calma e temperança.
Endereço esta carta para alguém que fui.
Uma parte inocente, que se travestia de culpa e dúvida,
Tornou-se a cobra peçonhenta em alguns contos.
Embebedei-me de mim?
Talvez tenha me enganado com dissabores de outrem.
Palavras são como flechas, disseram. E ações? Ou a falta
delas?
Turva água que brota no recanto escuro da alma
Fétida, pútrida e bela.
Perversos são seus olhos.
Não há alma enegrecida que não habite um ponto de luz.
Não há flor que não desabroche perante o sol.
Não há dor que persista diante do Tempo.
T. Alves
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