São tempestades que nos movimentam
aquelas, que nos reviram do avesso,
que nos descoram, nos destroem e nos inundam.
Só, enclausurada no olho do furacão,
ouvindo o sibilar dos ventos,
as gotas tempestuosas que caíam feito agulhas,
rasgada em mil partes, me vi nua.
Despida de prazeres,
sentimentos, posses.
A cor enegrecida das nuvens me lembraram da minha própria escuridão.
Os raios e trovões, eram os gritos que calei em mim;
e cada lágrima que prendi, me atulhou.
Prostrada, ouvi de linda moça:
- Até quando sucumbirás à tempestade, ao revés que tu és uma? Até quando ajoelharás e darás a nuca de bom grado ao carrasco? Até quando, filha minha, negarás teu eu e curvarás às podres almas que lhe oprimem?
Por todos os ciclos lhe acompanhei, lhe guiei e lhe acudi o pranto. Alce voo, criança, nunca estivestes só, somos muitos, e somos seus.
Então, me ergui e segui.
T. Alves
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