Ainda verto, veneno e lágrimas
ambos meus, ambos me enlouquecem.
Enquanto as risadas me embalam, louca,
agonizo esperanças perante a noite escura.
Os pedidos às estrelas são esperanças mortas num coração tolo,
ainda assim, conto cada uma delas
quem sabe, elas me ouvem
ou a Lua se apiede e venha dançar.
Os ventos cantam,
a fogueira trepida e narra histórias,
a noite caminha e clareia.
Ao amanhecer, esqueço das lamúrias e finjo alegrias.
Meus ossos doem, meu sangue ferve,
a luz me lembra do que se oculta.
Será que o sol curaria minhas chagas?
As brasas, ao se apagarem, me retornam a mim,
sempre vivo e sempre no fim.
O senhor do sopro, sempre me lembra de caminhar,
às vezes, não creio ser possível,
e na maioria, acompanho fagulhas e rego sementes.
A vida, que não me pertence, é bela e irregular.
Então, bebo mais um gole,
observo nuvens e me banho em chuvas.
Sabe, ainda rezo.
Me lembrei das palavras de uma flor, hoje adormecida,
que a vida escorre pelas mãos como areia.
Não pode ser presa, não pode ser igual,
cada grão, remonta o todo.
Ainda penso, ainda sinto, ainda espero.
Enquanto o orvalho serenado me acalenta.
T. Alves
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