04 fevereiro 2015

Á Ninfa

Eu te visitaria se possível vinte e cinco horas por dia,
te beijaria até a seiva de meus lábios secar.
Traria um pedaço da nuvem para ti, e diria que é algodão doce.
Eu gosto de me vestir com a tua pele, com a tua naturalidade, gosto de ver-te ao som de teus cânticos costumeiros, teus encantos incontestáveis.
Eu gostaria de ser o deus do teu sono, por toda a eternidade...

Autor: P. Mansur

03 fevereiro 2015

Eu me lembro...

Eu me lembro das colinas verdes  e do céu anil, do luar aconchegante e do nascer do sol.

(Leve me pra casa...)

Eu me lembro do cheiro do orvalho e do café quente.
Lembro-me sempre da chuva e daquelas crianças pulando poças.

Ó Tempo, leve-me pra casa.
Pra junto dos meus. Meu lar é onde quero estar.

Lembro-me daqueles olhos, onde brilham constelações. Onde fiz meu mundo melhor.
Lembro-me daquela voz, minha lira dos ventos, daquele perfume (ainda em mim).
Memórias póstumas corriqueiras...

Tempo, tempo, tempo...
Porque me negas aquela boca? Aquela alma?

Mesmo que se findam meus dias irei por fim feliz, já pude encher meu coração de ti e em outro lugar terei aquele amor ainda comigo.

Autor: Anjo Negro

19 janeiro 2015

Projeções do Tempo

  Um plebeu todas as manhãs e todas as tardes olhava para o céu e via a estrela da manhã; ele que crescera aprendendo a não sonhar e a nada querer olhava a estrela sem sonho ou esperança.  Mas em seu coração havia a beleza de um homem livre.
  A estrela tão longe e fria de rara pureza e estrema beleza via o homem tão solitário quanto ela que se apaixonou por ele.
Ela por amor se desprendeu do céu e veio a terra...
A queda foi dura, brusca e quase a matou; mas ela era forte e lutou pela vida.
  A terra tão grande os separou...
  O homem que já não possuia nada perdeu também sua estrela. Já não mais olhava pro céu e nem nada mais amava, os dias o consumiram assim como à estrela; corações e almas maculadas que se perderam.
  Ao longo do tempo esqueceram um do outro.
  Tomaram a mesma estrada de lados opostos... e em um ponto central se encontraram e se apaixonaram não por projeções feitas a distância mas por corações moldados nas mesmas provações.

                          Autor: Willian Junior

05 janeiro 2015

À doce rosa

Um mar de rosas lembram-me teu perfume e uma despedida que nunca houve.
Lembro-me de cada dia e por fim de cada falta. Perdoa-me se deixei o mundo cegar minha vista diante de ti. Perdoa-me se me impus contra o teu amor.

Perdoa-me pois não fui digna de ti. Há presentes divinos que só compreendemos quando os céus os tomam de volta...

Meu rosto arde com as lágrimas que não derramei àquele tempo, na verdade eu não sabia como agir; e me escondi daquilo que eu mais amava...

Me enchi de vergonha e medo. Eu não teria mais a bela rosa, nem mais teu doce cheiro me confortaria. 

Entendo hoje teu pranto que por mim derramastes , pois se tornora meu...
Enfim me veio o martirio, saber que o amor que me davas e eu, tão tola ignorava se tornou o vazio que me preenche.

Autor:Anjo Negro


06 dezembro 2014

Lamento

Minuto a minuto meu relógio que não passa me mostra o tempo. As paredes de pedras frias feitas para proteger abrigam tão bem o vazio e o vento que ecoam o silêncio inebriante desta madrugada fria. Meu sorriso bobo, não está mais aqui. Aliás; já não sei dizer se ele se foi essa manhã ou na madrugada anterior a essa, as vozes que não sessam dizem tanto.  Mas palavras são dispensáveis.
Meu silêncio que cada vez se torna mais cadavérico e meu olhar por si só mais sombrio.  A sombra de meus olhos não são controlados por mim, gostaria de ser capaz mas ainda não sou. E minha incapacidade se acumula aos pés do altar em súplica e prece aos olhos fixos em mim de um infinito azul.
Palavras doces feitas por um coração que ama. Perdoa um preto que não age condizente ao seu próprio coração; este que transborda em uma alma sedenta mas que as vezes se fecham em uma garganta de carne e sangue. Mortalidade maldita que se exibe em mim. Mortalidade bendita que por súplica implora que justifique sua própria história e falhas. Estas que se acumulam ao pé do homem que a carrega.
E minhas incapacidades se acumulam ao pé da cruz que por mais um dia me nega.
Ou seria o tolo homem que tem negado a cruz?

Autor: William Junior


Confesso, senti tua falta naqueles tempos, lembra-te daqueles contos?  Os via como figura posta defronte mim em ares frescos. Meu refúgio suponho, já que fugia de mim e em tuas palavras me encontrava com outros olhos... Os teus.

Divina forma me davas ao passo que, lhe via florescer à mim. Não esqueço-me de tuas entrelinhas expostas, nem mesmo de tuas mãos junto às minhas nas tempestades.
Hoje sei que não há nada mais doce do que o mel que provém de ti nem canto mais belo que de tua alma.

Dá-me teus lábios para que eu me deleite com tua pureza e me entorpeça de ti, me embriague e adormeça por fim em teus braços até teu novo regresso.  Amado ser, dê-me teus contos, tuas liras, teus encantos, cantos, teu olhar...

És tu doce e divino, como  bom vinho ... Mostra-me por fim como és e serei eu o que sou.

Autor: Anjo Negro

10 novembro 2014

À ti

Eu em meus devaneios sonhei contigo, perdidos nós em um céu ora claro, ora tempestuoso. Em ambos aqui estavas, aninhando-me ao teu corpo, trazendo-me a ti, mostrando-me o mundo como ele grandemente é.  A ti que andas perdido em tempos, buscando quem sabe outros ares digo-te que ainda espero-te  naquelas colinas, atrás daqueles montes, banhando-me naquelas águas onde estivemos outrora. Saiba também que em todas as primaveras em que eu olhava para o vale a tua espera sempre soube que um dia virias; e sei que ainda virás. Voltes a teu lar, aqui estou ...

08 outubro 2014

À ela


Doce e perfumada, teu cheiro é de rosas, as lembranças tuas me alegram a cada florear dos dias, ao passo que queimam-me ao ver que não tenho-te mais comigo. Mesmo que eu me banhe, ainda há um cheiro torpe: o vinho que bebi na espera de sentir teu afago, teu calor, teu perfume. Me embriaguei talvez,a espera de esquecer tua falta...
Quisera eu a volta do tempo...
 Quem me dera tal sutileza da vida, mesmo que fosse um instante pequeno, para que eu, agraciando-me de ti uma vez mais encontrasse o caminho além.


Autor: Anjo Negro



18 setembro 2014

Desperta-me


Me acorde Morfeu quando chegares,
beije-me a tez, sussurre, aninha-me .
Desperta-me para que eu veja tua graça sob o clarão da alta Lua;
lhe faça meu assim como sou tua.
Dê-me beijos Morfeu! Noite afora, dia adentro, até que se perca o tempo e tu não tenhas mais de partir...
Dê-me beijos, 
para que nos dias frios nos aqueçamos e de ti exale o desejo que escondes.
Aninha-te aqui nas noites tempestuosas e nos faremos um de dois apaixonados, pela vida e seus acasos, o tempo e suas traquinagens...
Beije-me tu Morfeu, abaixo das das estrelas, dos longos temporais, das tardes primaveris, nos outonos, invernos, verão...
Todos a tua graça e beleza, não escondamos pois o amor que temos,
 já que por sorte ou destino, 
unidos somos dois amantes...

Autor: Anjo Negro


25 agosto 2014


Não sei se minhas lágrimas lhe servem
ou se ao menos respondem às minhas fugas.
Perdoa-me se me seguei em atos, se me vendei de desculpas tolas e te esqueci no caminho.
Perdoa-me pelas vezes que corri de tuas palavras e que fingi não ver teu pranto,
que me irei contra ti por tolice minha.
Perdoa-me se ainda fujo, porém, é de vergonha, já que olhei para trás e vi o quanto perdi... Que quase o perdi...
Pergunto-me se ainda há tempo, de ver-te sorrir ao meu regresso, se ainda és meu lar, se ainda és meu colo..
 Perdoa-me Pai, perdoa-me!
E em minhas tortas linhas lhe digo que te amo!


Autor: Anjo Negro