segunda-feira, 3 de março de 2014

Os filhos da revolução

"Ipsum enim Corpus"



...”O sono que arde em meus olhos entorpece meus sonhos, olhei em teus olhos sem nada ver, nada sentir. Menti para ti sem o menor pudor.

Vi tua face onde outros reconheceram apenas as tuas mascaras, em meus delírios reconhecia os teus, pois a loucura e tão singular onde não ouve solução, tão doce são teus pensamentos conturbados que neles encontrei abrigo para sanar minha própria insanidade.

O filho meu, onde se encontra?

Estaria você tão perdido a ponto de não achar o caminho de casa?

Filho meu que aguarda nos portões de teu refugio por ter medo de entrar; jás tão acostumado com as condições de guerra que julga que todo canto de refugio e apenas mais um campo de tortura a te esperar.

Vejo em teus olhos teu cansaço; sobre teus ombros um mundo em total destruição.

Mas quem o pôs ai? Seria tu Atlas amaldiçoado de tal forma?

Não esqueça de tua mortalidade; não se esqueça que as paredes que lhe protegem são as mesmas que lhe prendem pobre pássaro. Achas mesmo que  tua loucura lhe protegera por todo o tempo?

-Olhe para o horizonte, para as paredes de tua casa, para as grades de tua prisão e as compare. Veras aquilo que sempre soube; não a refugio se tu lutas contra a ti mesmo.

Definhas em sua própria carne, liberta a ti mesmo do claustro que se impôs pois o tempo se esvai assim como o que resta de tua sanidade”...


William Junior


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