"Ipsum enim Corpus"
...”O sono que arde em meus olhos entorpece meus sonhos,
olhei em teus olhos sem nada ver, nada sentir. Menti para ti sem o menor pudor.
Vi tua face onde outros reconheceram apenas as tuas
mascaras, em meus delírios reconhecia os teus, pois a loucura e tão singular
onde não ouve solução, tão doce são teus pensamentos conturbados que neles
encontrei abrigo para sanar minha própria insanidade.
O filho meu, onde se encontra?
Estaria você tão perdido a ponto de não achar o caminho de
casa?
Filho meu que aguarda nos portões de teu refugio por ter
medo de entrar; jás tão acostumado com as condições de guerra que julga que
todo canto de refugio e apenas mais um campo de tortura a te esperar.
Vejo em teus olhos teu cansaço; sobre teus ombros um mundo
em total destruição.
Mas quem o pôs ai? Seria tu Atlas amaldiçoado de tal forma?
Não esqueça de tua mortalidade; não se esqueça que as
paredes que lhe protegem são as mesmas que lhe prendem pobre pássaro. Achas
mesmo que tua loucura lhe protegera por
todo o tempo?
-Olhe para o horizonte, para as paredes de tua casa, para as
grades de tua prisão e as compare. Veras aquilo que sempre soube; não a refugio
se tu lutas contra a ti mesmo.
Definhas em sua própria carne, liberta a ti mesmo do
claustro que se impôs pois o tempo se esvai assim como o que resta de tua
sanidade”...
William Junior
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